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TV / Indenização

Hospital é condenado a indenizar Klara Castanho por vazamento de dados

Dois anos após o caso, hospital responsável por vazar informações sobre abuso sexual de Klara Castanho foi condenado a pagar indenização de R$ 200 mil

Klara Castanho - Foto: Reprodução / Instagram
Klara Castanho - Foto: Reprodução / Instagram

Na última terça-feira, 19, a Justiça decidiu pela condenação do hospital que vazou as informações do estupro sofrido por Klara Castanho. Em 2022, a atriz precisou revelar publicamente que engravidou após ser vítima de violência sexual e optou por entregar a criança para adoção dentro da lei, após uma enfermeira ameaçar divulgar o caso na mídia.

De acordo com informações divulgadas pelo portal Em Off, o Hospital e Maternidade Brasil, administrado pela Rede D'Or, precisará pagar uma indenização de R$ 200 mil para a artista. Para o desembargador Alberto Gentil de Almeida Pedroso, houve violação dos "direitos da personalidade da vítima" e a atriz utilizou "instrumentos jurídicos legítimos previstos para sua proteção".

O juiz também destacou que o montante deve ser ajustado pela correção monetária e acrescido de juros. "Diante dos elementos constantes dos autos, reputo adequado o valor indenizatório de R$ 200.000,00, suficiente a reparar o sofrimento da autora e servir de alerta ao réu em relação à custódia e manuseio de informações pessoais sigilosas de seus pacientes", afirmou Pedroso.

Na época, o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) abriu uma investigação, mas arquivou o caso sem a declaração de culpados. Em janeiro de 2023, a instituição afirmou que "seguiu todos os ritos processuais, mas não recebeu denúncia por parte da atriz quanto ao tema".

"O Coren seguiu todos os ritos processuais, solicitou documentos à instituição hospitalar e convocou os profissionais do plantão à época do fato denunciado, porém não constatou a participação de nenhum profissional de enfermagem em relação ao vazamento de quaisquer informações sigilosas de pacientes", afirmou a nota para a Folha de São Paulo.

Após a decisão ser divulgada, a equipe de assessoria de Klara emitiu uma declaração afirmando que iria prosseguir com todas as medidas legais necessárias para responsabilizar os envolvidos. "Todas as medidas fundamentais foram tomadas pela equipe jurídica da atriz, para que os envolvidos sejam investigados e respondam por seus atos", afirmou o comunicado.

"As investigações estão em andamento, protegidas pelo necessário segredo de justiça. A atriz aguarda confiante na atuação da polícia e da Justiça, para que os fatos sejam esclarecidos", acrescentaram os representantes da atriz.

Klara Castanho faz relato forte sobre exposição de trauma

Em fevereiro deste ano, Klara Castanho se pronunciou em um relato forte sobre um trauma ocorrido em 2022. Na época, a atriz precisou revelar que engravidou após ser vítima de violência sexual e optou por entregar a criança para adoção dentro da lei, após ser alvo de rumores. Agora, ela se sente pronta para discutir a repercussão da exposição em sua vida pessoal.

A princípio, Klara contou que gostaria de guardar o drama como um segredo pessoal, mas não teve essa opção ao ver seu nome exposto em uma polêmica: "Eu simplesmente não queria viver aquilo. Nunca quis me pronunciar, e jamais para esconder das pessoas, e sim porque não tinha digerido o que acontece”, ela revelou em uma entrevista à revista Glamour.

“Fui obrigada a externalizar de forma muito brutal o que vivi. Achei que poderia levar para o caixão toda aquela dor e, quando fui exposta, me senti extremamente vulnerável. Eu já tinha sido… Eu odeio a palavra, não vou usar, tá? Então, calma, vou reformular”, a artista desabafou sobre a necessidade de reviver seus traumas com a exposição.

“Levei pelo menos um ano para digerir não só o momento fatídico e a consequência física dele, mas a exposição…”; disse a atriz, que aproveitou a oportunidade para expor, pela primeira vez, os horrores que viveu após a repercussão de seu trauma: "Quando minha privacidade foi invadida, não sabia onde me apoiar em mim mesma”, ela iniciou.

Nesse sentido, Klara ainda narrou as dificuldades que enfrentou: “Eu tinha minha família, tinha uma equipe profissional, um time jurídico, mas estava desamparada em mim. Eu não dormia, meus pais não dormiam. A gente chorava junto dois dias e dormia um, porque não tivemos tempo de assimilar. Nunca vamos nos acostumar com a ideia do que aconteceu", a atriz desabafou sobre o drama na família.

Além de abrir sobre a situação, a jovem, que tem apenas 23 anos, também comentou sobre as questões jurídicas. Klara contou que levou um tempo, mas fez um boletim de ocorrência e possui todas as provas necessárias, ao contrário do que muitas pessoas acreditam. No entanto, ela ressalta que se apega principalmente à sua fé e ao apoio das pessoas próximas.

“Segui com todos os processos que cabiam e eram justos", disse a artista, que ainda sofre com o julgamento: "Sinto que, passados quase dois anos da minha carta, as pessoas ainda buscam argumentos contra mim, sobre o que aconteceu comigo. Então, se isso é motivo para que as pessoas ainda me julguem, saibam que o agressor foi denunciado”, declarou.

Por fim, a atriz fez um alerta para mulheres que passaram pelo mesmo: “Toda mulher que é vítima de violência tem direito ao segredo de justiça. O meu sigilo foi quebrado contra a minha vontade. Eu não tive nem o direito de não ser revitimizada, e diariamente não tenho”, a artista desabafou sobre os impactos da exposição.