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Atualidades / REFLEXÃO

Manoel Soares relembra momento de desconstrução em sua vida: 'Machismo tóxico'

Em entrevista à CARAS Brasil, Manoel Soares refletiu também sobre o racismo estrutural no Brasil

CARAS Digital Publicado em 13/04/2023, às 09h55

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O apresentador do programa Encontro, da Globo, Manoel Soares - Foto: Reprodução/Globo
O apresentador do programa Encontro, da Globo, Manoel Soares - Foto: Reprodução/Globo

Para o apresentador Manoel Soares (43), é sempre importante questionar ações da sociedade e também estar pronto para aprender a se desconstruir. Em conversa com a CARAS Brasil, ele falou sobre o lançamento de seu livro, Para o Meu Amigo Branco, e também relembrou o momento em que decidiu avaliar atitudes que poderiam estar reproduzindo um machismo tóxico.

"Estamos vivendo um tempo em que o óbvio não é óbvio. Eu há uns cinco anos me propus a começar uma desconstrução do machismo na minha vida, eu era contaminado pelo machismo tóxico em várias situações", afirma. Manoel Soares citou como exemplo o ciúmes que sentia de sua filha, Vitória, quando ela se relacionava com outros homens e então entendeu que precisava mudar.

Ele, que também já lançou outro livro chamado O Escudeiro da Luz (2009), afirmou que a desconstrução deve chegar também para pessoas de pele clara, que precisam entender seu lugar de privilégio na sociedade e qual papel devem assumir na luta antirracista. O apresentador do Encontro ainda diz que seu afeto na hora de lidar com ator racistas é para proteger outras pessoas negras. 

"Esse afeto não é solidariedade com uma pessoa de pele clara, mas sim com as pessoas de pele negra. A maneira que eu tenho de proteger as pessoas mais fragilizadas é bloquear o ímpeto de agressão. É falta de inteligência atacar o branco, porque meu nível de resultado será menor", completa ele durante a conversa.

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Ele relembrou um episódio em que recebeu uma homenagem de um amigo, em uma cidade bastante tradicional pela imigração italiana no Rio Grande do Sul, e presenciou uma atitude racista. Manoel Soares iria receber a chave da cidade da avó deste amigo, uma senhora italiana de 103 anos, que, no meio do discurso o chamou de ladrão.

"Na frente de toda a cidade ele ouviu a avó dele dizer que aquele cara que ele estava homenageando era ladrão", contou ele. Para contornar a situação, o apresentador disse que deu um abraço na senhora e apenas brincou que roubaria o coração dela. "Tem muitos lugares que eu não vou para não ser vítima de racismo", completa.

MANOEL SOARES FALA SOBRE O LANÇAMENTO DE SEU NOVO LIVRO

Ainda durante a entrevista, o apresentador falou sobre seu livro Para o Meu Amigo Branco. O projeto é voltado ao público infanto-juvenil e surgiu como uma forma de educar um de seus filhos que nasceu com a pele clara. Inicialmente, ele afirma que o livro seria apenas para o filho e amigos próximos, porém, os amigos começaram a divulgar o projeto, que tomou maiores proporções.

"Sou uma eterna criança grande, sou muito influenciado pelo mundo infanto-juvenil. Tenho seis filhos, e o meu quinto filho nasceu com a pele clara, e essas pessoas são educadas para serem opressoras, mesmo que elas não queiram. Por isso eu escrevi um um livro para o meu filho", explicou. Manoel Soares conta que uma de suas filhas pegou os direitos do livro e então o publicou. Agora, há um projeto para transformar o livro em uma peça teatral.

CONFIRA NA ÍNTEGRA A ENTREVISTA DE MANOEL SOARES À CARAS BRASIL: